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Chamada de Trabalhos Apocalyptica A Teoria Crítica no Fim de Partida

Apocalyptica é uma revista acadêmica internacional, interdisciplinar, de livre acesso, com dupla avaliação cega por pares, publicada pelo Centro Käte Hamburger de Estudos Apocalípticos e Pós-Apocalípticos (CAPAS) da Universidade de Heidelberg.

Editores da Revista: Robert Folger, Felicitas Loest e Jenny Stümer 

Editora do Dossiê: Bruna Della Torre

Extensão do artigo: 8,000 - 9,000 palavras

Prazo: Fluxo contínuo – 1 de novembro de 2024 (para nossa próxima edição)

O caráter destrutivo só conhece um lema: criar espaço; só uma atividade: despejar. Sua necessidade de ar fresco e espaço livre é mais forte que todo ódio […] porque vê caminhos por toda parte, tem de desobstruí-los também por toda parte. Nem sempre com brutalidade, às vezes com refinamento.

Walter Benjamin, “O caráter destrutivo”, 1931

A sobrevivência do mundo hoje depende de uma dialética apocalíptica. É necessário destruir o que existe e se perpetua, de diversas maneiras, como violência para que algo novo possa surgir. Dessa perspectiva, o fim do capitalismo e suas formas de produção e reprodução é um horizonte revigorante; o único. Mas o apocalipse parece estar do outro lado, pré-histórico, da história, um apocalipse sem redenção, reificado e nu, que é pura aniquilação— o Endzeit, nas palavras de Günther Anders—um presente desprovido de futuridade, um tempo perdido em sua própria estática. Para escapar disso, é necessário ir além das camadas superficiais do imediato.

A defesa dessa dialética do apocalipse é o programa central da Teoria Crítica, e não apenas a da Escola de Frankfurt e daqueles que reivindicaram sua herança na Alemanha e no centro do capitalismo, mas também em suas periferias. Nesse sentido, essa dialética, mais do que em qualquer outro lugar, manifesta-se nas obras de arte que se erguem como mundos à segunda potência, escavam futuros do passado, chamam a temporalidade e as relações sociais petrificadas do nosso tempo por seus próprios nomes, recusam-se a jogar um jogo fraudado e, ao fazê-lo, expandem nosso potencial imaginário. A abordagem da Teoria Crítica convida ao engajamento com o presente por meio de lentes históricas e a entender como as obras de arte não apenas refletem, mas também moldam nossa consciência coletiva. Assim, o legado da Escola de Frankfurt é mais do que um mero exercício acadêmico, mas uma direção sem diretrizes que encoraja a reflexão contínua e a práxis voltada para a transformação emancipatória.

Como afirma Theodor W. Adorno em Teoria Estética, “a arte hoje é dificilmente concebível exceto como uma forma de reação que antecipa o apocalipse” (1970, 131). De Endgame, de Samuel Beckett, a Ideias para Adiar o Fim do Mundo, de Ailton Krenak, da antropofagia de Oswald de Andrade aos novos mundos de Ursula Le Guin, da investigação da fome de Lu Xun à poesia política e manifestos de Aimé Cesáire, do apocalipse feminista e proletário de Irmgard Keun às favelas de Maria Carolina de Jesus, da ficção científica ao realismo, da Neue Sachlichkeit ao fantástico, da literatura ao cinema, dos museus às ruas, a arte no último século tem explorado as muitas facetas do apocalipse e as utopias que podem ser extraídas dele, informando a Teoria Crítica em um sentido amplo, ou seja, enriquecendo sua tradição na interseção com perspectivas feministas, pós-coloniais e periféricas, abordagens queer e imaginários antirracistas.

O apocalipse é um tema significativo para a Teoria Crítica para além de seu significado religioso? Que papel ele desempenha na filosofia moderna, de Georg Wilhelm Friedrich Hegel a Karl Marx e seus seguidores? É possível demonstrar, por meio das obras de arte, como os imaginários apocalípticos e talvez pós-apocalípticos nos ajudam a escavar o passado em busca de um novo futuro? Por outro lado, como as representações literárias e cinematográficas do apocalipse reforçam ideologias culturais dominantes? Que papel as visões distópicas desempenham na formação dos discursos políticos conservadores de nosso contexto histórico? A literatura e o cinema apocalípticos podem ser vistos como uma ideologia do capitalismo neoliberal?

Possíveis contribuições podem examinar o apocalipse em relação aos seguintes temas e tipos de mídia (a lista pode servir como inspiração):

 

  •  A Escola de Frankfurt, Teoria Crítica e o apocalipse
  • Poesia, drama, romance e música após o apocalipse: a guerra e a crise da cultura
  • Avanços tecnológicos e ficção científica
  • O imaginário apocalíptico nos movimentos sociais: o papel da arte e da literatura no ativismo
  • Gênero e sexualidade na arte apocalíptica e pós-apocalíptica
  • Indústria cultural e apocalipse
  • Cinema e representações de extrema direita do apocalipse
  • Perspectivas sobre o apocalipse na periferia do capitalismo
  • Crise econômica e representações apocalípticas: reflexões artísticas sobre o capitalismo
  • Crítica literária e artística em contextos extremos
  • Terra arrasada: representações da catástrofe ambiental na arte e na cultura
  • A estética do apocalipse: arte visual, instalações e a representação do final dos tempos

Por favor, envie seu artigo até 1º de novembro de 2024 para publication@capas.uni-heidelberg.de . Os artigos devem ter cerca de 8.000 a 9.000 palavras (incluindo resumo de 250 palavras, referências, notas de rodapé etc.). Também pedimos uma minibiografia (50 a 70 palavras) e de 3 a 5 palavras-chave.

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